Olá,
o meu nome é Helga e sou casada com o Alisson e temos um filho de seis anos
lindo e muito amado por todos, o Giovani.
O
Giovani está dentro do Espectro Autista.
Receber
o diagnóstico de Autismo não foi uma tarefa nada fácil, aliás acredito que só
quem já passou por isso sabe o que é o verdadeiro sentido das palavras
desespero e frustração.
Vou
tentar relatar um pouco do que vivemos e sentimos ao receber o diagnóstico do
nosso filho.
Quando
o Giovani tinha por volta de um ano e meio começamos a notar algumas coisas
diferentes mas por desconhecimento e até mesmo por ignorância sobre o assunto
não demos muita importância, porém quando ele estava com dois anos os
“sintomas” se tornaram mais evidentes: estereotipias motoras, ausência de qualquer
tipo de comunicação, seja ela verbal ou gestual, inexistência de contato
visual, falta de interesse em relação as interações sociais e o pior batia com a
cabeça na parede sem motivo aparente.
Nessa
época ele fazia sessões de Fonoaudiologia, pois o atraso da fala já nos
preocupava. Pesquisamos na internet e a palavra que aparecia sempre era
AUTISMO, AUTISMO, AUTISMO. A Fonoaudióloga não vendo resultados em suas
intervenções nos encaminhou para um Neuropediatra. Esse Neuropediatra não achou
nada de estranho no Giovani mas solicitou o exame BERA. O resultado desse exame
foi normal, porém levamos o resultado para outro Neuropediatra. Durante a
consulta que durou bem mais do que uma hora, percebi que ela não parava de
questionar e perguntar coisas...o meu sangue nesse momento começou a gelar nas
minhas veias, sabia que aquele monte de pergunta não era normal se tudo
estivesse bem. O Giovani dormia no meu colo e as minhas pernas começaram a
tremer e um pensamento imediato veio na minha cabeça tudo o que pesquisamos na
internet agora me fazia sentido mas não queria acreditar e estava esperando
ouvir qualquer coisa menos a palavra Autismo e foi quando ela me trouxe para a
realidade e disse que suspeitava de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento...Hã
? O que ? Como assim ? Espera aí, o que é isso ? E ela simplesmente respondeu
AUTISMO.
Entramos
em estado de choque total !
Viemos
embora sem chão, não conseguia conversar com o meu marido, não sabia o que
dizer, o que pensar, o que fazer...
Ficamos
alguns dias sem saber o que fazer...Como a gente ia ajudar o nosso filho e o
futuro dele como ia ser ? Essas eram as perguntas que vinham na nossa cabeça
naquele momento. Ia trabalhar mas não havia concentração nas minha tarefas
diárias, qualquer coisa era motivo para correr ao banheiro e chorar, aliás chorar
foi o que mais fiz...chorei tudo o que tinha direito nessa época. Chegava em
casa do serviço no final da tarde, cansada e estressada chama o meu filho e ele
nada, nem me olhava...isso era desesperador só de lembrar o meu estômago se
retorce e meu coração bate mais forte. Saia da sala e chorava escondida, nossa
fiz muito isso. Olhava para o meu filho e me perguntava, será mesmo que isso
não tem cura ? ou então porque comigo ? Como isso doía, via os filhos das
minhas amigas todos desenvolvendo normalmente, correndo, brincando, beijando e
abraçando os pais e o Giovani nem me olhava, nem me notava no ambiente...que
dor insuportável que sentia.
Acho
que todos os pais quando recebem esse diagnóstico passam por um luto interno,
ou seja, uma reestruturação de sonhos.
Depois
de muito sofrimento e busca para localizar profissionais qualificados chegamos
a seguinte conclusão: ou a gente sentava e chorava, se lamentava e aceitava
passivamente aquela situação ou a gente ia a luta. Sabem o que fizemos ?
Estamos na luta...
Quero
aqui deixar um recado para quem está lendo isso agora, se por acaso você é pai
ou mãe e recebeu o diagnóstico agora...não tenha vergonha da sua situação, peça
ajuda, busque profissionais qualificados, vá atrás dos direitos legais do seu
filho(a) e acima de tudo ame muito esse anjo azul que Deus lhes confiou.
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